domingo, 19 de agosto de 2012

Terapia

UAAAAAAAHHHHH! I'm alive!! (Again...)
Mais uma tentativa de manter este blog vivo. Mas, desconfio, que ele, sendo parte de mim (pequena exteriorização da minha mente), é como eu sou: intempestivo, inconstante, intermitente e inspirado...
E sendo como eu, interminável, também ;-D

Gente, a vida não tem sido fácil nessas paragens mais ao Sul do Brasil, e pouco mais ao Norte de onde meu umbigo foi enterrado (ou outro fim que tenha sido dado a ele, provavelmente o saiba minha mãe). O retorno tem sido assim como aparenta geometricamente: um giro de 180 graus. E não pode ser encarado como um retorno estrito senso porque o Pablo que retornou é deveras diferente daquele que foi, e apenas isso já valeria uma enquete com amigos e familiares, e um estudo de minha parte.
Enfim, aqui estou eu - a bem da verdade nós, porque a minha individualidade encontra-se profundamente imersa no coletivo conhecido por família - meio cá, meio lá (ou aí, dependendo de quem lê este texto), ainda em transição. Por mais que faça mais de ano que "deixamos o Norte", o Norte não nos deixou, e as adversidades do reestabelecimento, assomadas à saudade da "vida boa" que deixamos, pesam em momentos mais tensos, e chegamos a pensar " Pra quê tudo isso?", é bate uma vontade de voltar, até mesmo de nunca ter vindo...
O fato é que o núcleo familiar anda bem diferente: uma a mais, uma a menos, e outras duas em profunda transformação. Uma pela idade crítica, a outra pelos desafios que a mudança lhe impuseram. Eu? Pra mim, continuo o mesmo, com ligeiras alterações, minha fase de mudanças radicais já passou (até que venha outra, ou eu aprenda a manter um ritmo de aperfeiçoamento constante e gradativo). Me corrijam se eu estiver errado.
Tanta mudança que nos deixa meio sem chão, e as antigas referências - que não nos servem aqui, acabam sendo apenas lembranças, e ainda idealizadas pela distância é pela saudade - acabam por nós assombrar, e o "meia volta, volver" parece a solução mais acertada.
Tudo parece difícil: o tanto de roupa por cima (e sempre) , a frieza e a indiferença características dos gaúchos, a distância da família (pois acabamos ficando "nem lá, nem cá"), fazer novas amizades (ou de resgatar as antigas), o atendimento médico precário, a falta daquele apoio doméstico que só a Lenir sabia dar... Vamos sobrevivendo, meio partidos, bastante alterados. Mesmo a proximidade com a "família do Sul" parece um tanto ilusória, pois, por mais que nos vejamos com uma frequência infinitamente maior, acabamos não vivendo a família, apenas a visitando...
Também o trabalho, por mais que seja o mesmo, e quase uma repetição daquilo que já fiz lá (ou aí), se dá em condições bem diferentes, e como já não tem pra mim o peso e a importância de outros tempos (seja porque as prioridades são outras, seja por um certo desencanto ou desilusão com o serviço público), também não estimulam, não dão ânimo. Em reconhecimento, devo admitir que a turma aqui é grande e boa, e encontrei algo (melhor dizendo, algum) que sempre quis: um chefe companheiro. E que tem sido também um grande amigo e, porque não dizer, mestre.
AINDA ASSIM, me sinto satisfeito com as escolhas feitas: mentiria se não admitisse um desejo de voltar a Juruamar, mas não agora. Voltaria com um sentimento de derrota, teria um gosto amargo na boca e um sorriso amarelo nos lábios. Mas não é isso que me impede de querer voltar agora: acredito que precisamos viver nossas escolhas, acreditar naquilo que nosso coração intuiu como o melhor pra nós. Superadas algumas adversidades momentâneas, aceitas aquelas permanentes, passar esse tempo que nos cabe passar, pra daí pensar em "voltar", ou seguir adiante. O futuro, a Deus pertence!
Justiça seja feita, temos contado com vários apoios importantes, sobretudo do grupo de Amor Exigente da escola da Ana Clara, onde a família é o centro da discussão; além dos colegas do ICMBio; e, óbvio, de minha mãe querida, que, sei, sofre um tanto calada (outro tanto nem tão).
PS: o título do post se justifica pelo "por pra fora", pelo Amor Exigente, mas sobretudo - e chega a ser uma anedota familiar - por ter sido rascunhado enquanto eu lavava a louça acumulada de alguns dias. É muito importante ter-a-pia: lavamos a alma!

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