Estou passando por uma situação inusitada: acostumado com um núcleo familiar, agora, de 8 pessoas; acostumado com grandes (em vários sentidos) equipes e turmas, me vejo, neste exato instante, e desde ontem à noite, solitário...
Não que estar sozinho me seja estranho, às vezes, muitas vezes, me sinto só, mesmo acompanhado ou repleto de gente ao meu redor. As inúmeras viagens me dão momentos passageiros de solidão, mas este é mais extenso.
É a solidão do trabalho no final de semana em Mostardas que me atinge agora: distante da família, distante dos colegas, distante dos amigos, só. Ainda "meio-analista", com a capacidade de ir e vir limitada pela ausência de uma ordem de serviço que me coloque um veículo à disposição, ainda procurando re-ordenar e encontrar os documentos, em um computador no qual não sou o administrador, que não tem a minha cara, o meu jeito, me sinto desconfortável e só.
Só e com frio, diga-se de passagem. Busquei uma música que expressasse este sentimento, mas não encontrei no baú da memória. Lembrei de "Preta Pretinha" dos novos baianos, mas ela não expressa o sentimento de forma adequada (assim espero), pois ela projeta a solidão para adiante.
Sei que esta é uma sensação passageira, que logo vou engrenar no trabalho, que estabelecerei nova rede de contatos, que farei grandes amizades por aqui. Sei que segunda-feira estarão todos de volta ao escritório, sei que na quinta-feira estarei com a família, para uma "quase semana" feliz. Mas, neste momento, a desacostumação com a solidão me atinge, e procuro me habituar a ela, para poder curti-la, como procuro fazer com tudo que me atinge, aquilo que considero bom, e aquilo que costumamos considerar ruim ou desagradável.
Enfim, vou atrás de alimentar o corpo e a alma. Foi bom desabafar o sentimento, pra não ficar cristalizado. Deixo aqui o desconforto momentâneo, e sigo em frente.
Namastê!